Caian: Músico baiano lança disco de rock para todos os gostos
O novo disco do cantor e compositor baiano Caian, é um dos álbuns de rock, brasileiros, mais versáteis dos últimos tempos.
“Paixão e outras drogas” reúne vários estilos e superou as expectativas. Ouvindo o álbum, me peguei parafraseando um meme de sucesso: “Já tava ótimo. Tava meio bom também. Agora parece que melhorou”.
As faixas são bem diferentes entre si. “Não me deixe mudo”, tem claras influências do rock inglês e flerta diretamente com o britpop, enquanto que a segunda faixa “Comigo”, descamba para um punk rock, com riffs garajeiros.
Na sequência, o disco dá uma virada de 180º, pois, “Camikasa” é um reggae/ska, com tempero baiano e com instrumentos de sopro executados pela banda Skanibais.
Se ficar falando de cada música, certamente, vou citar gêneros dos mais distintos.
“Nez”, por exemplo, é um rockabilly com letra em duas línguas (francês e português) e com a participação de Jajá Cardoso, da banda Vivendo do Ócio. Já “Novo eu”, um dueto entre Caian e o cantor pernambucano Otto, é rock alternativo a lá Los Hermanos.
A medida que o álbum “Paixão e outras drogas” vai passando, outros gêneros como country e folk dão as caras.
Gosto é uma coisa muito particular, mas, minha preferida e meu destaque é “A Sós”, música que encerra o álbum.
Ela é uma composição de Jarbas Bittencourt e conta com participação da cantora Manuela Rodrigues. A canção lembra alguns elementos de “Kings And Queens”, do Aerosmith, ainda que tenha o estilo e Caian. Ela vai crescendo e “encorpando” assim como a música da banda americana.
“Paixão e outras drogas”
Segundo Caian, esse disco é fruto da experiência vivenciada por ele durante 10 anos. Suas letras falam de amor como um entorpecente, mas, também da superação do vício em drogas. Por isso o título ambíguo, “Paixão e outras drogas”.
“Só sei escrever do que vivo. E vivi um romance muito brutal, para o bem e para o mal, que marcou a minha virada dos 20 para os 30 anos, que me fez enfrentar a mim mesmo, que me reposicionou na vida, como fazem as grandes paixões. Criar esta obra foi parte e fruto de uma longa catarse”, disse o cantor.
Já sobre a luta contra as drogas, ele declara:
“Dependentes químicos precisam ser cuidados, e não criminalizados. A política de drogas no Brasil é um projeto que nos coloca a todos com o dedo no gatilho diante de comunidades e pessoas vulnerabilizadas”.
Conforme o site oficial de Caian, “Paixão e outras drogas” foi gravado entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020, nos estúdios Toca do Bandido no Rio de Janeiro (RJ), Papiris em São Paulo (SP) e Toco y Me Voy em Salvador (BA).
Arthur Romio gravou os vocais de apoio e participou do disco tocando guitarra e teclados. Além disso, ele dividiu o trabalho de produção com o próprio Caian.
Os demais músicos de “Paixão e outras drogas” incluem Lefer (baixo), Maurício Braga (bateria) e colaborações de Marcelo Jesuino, Rafael Fraga e Thales Mendonça.
