Lollapalooza: Último dia teve protestos e homenagem a Taylor Hawkins
O último dia do Lollapalooza Brasil, ocorrido no domingo (27), teve protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e homenagens a Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters.
Os protestos ocorreram como resposta a decisão do ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral, de vetar manifestações eleitorais de artistas, no palco do festival.
Segundo matéria do G1, a decisão foi tomada atendendo ao pedido do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, que alegava que manifestações seriam campanha eleitoral antecipada a favor de Lula.
Dia de protestos
Sem surpresas, a medida tomada pelo ministro Raul Araújo, teve efeito inverso:
“Como disse (a ministra do STF) Cármen Lúcia, o cala boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu. Censura nunca mais”, disse o cantor Lulu Santos (via CNN).
A declaração veio durante a participação de Lulu Santos no show da Fresno, banda que se manifestou momentos antes, proferindo o slogan “Fora Bolsonaro”.
Outra artista que se mostrou contra a decisão, foi a mineira Marina Sena, que em dado momento do seu show, fez o símbolo de um “L” com a mão. Referência, a inicial do nome do ex-presidente “Lula”.
Logo depois, foi a vez do rapper Djonga não deixar barato e mandar um recado bem direto à censura:
“Eu odeio o Bolsonaro. Disseram que não pode falar? Eu vou falar 22 vezes”, disse.
Mais tarde, durante a música “Olho de Tigre”, Djonga gritou a plenos pulmões: “Eu quero saber se o Lollapalooza odeia racistas. Quem odeia racista levanta a mão. Quem odeia o Bolsonaro levanta a mão”. É claro que a plateia respondeu à altura, com a imensa maioria erguendo as mãos e saudando o cantor.
Glória Groove, se apresentou no palco Perry’s e também falou o que pensa:
“Hoje à tarde antes de vir para cá eu me peguei pensando o seguinte: será que a gente voltou no tempo, será que é isso que está acontecendo, será que eles querem calar a gente? Censura em 2022 é o c***, fora Bolsonaro” (via G1).
Homenagem a Taylor Hawkins
Outro fato marcante e um dos momentos mais emocionantes do Lollapalooza Brasil 2022, foi a homenagem a Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, morto na sexta-feira (25). Ele se apresentaria com o Foo Fighters, no domingo (27), encerrando a última noite do festival.
O tributo começou com Perry Farrell, criador do Lollapalooza, enaltecendo a amizade que tinha com o baterista. Farell participou de um dos últimos shows do Foo Fighters com Taylor, quando subiu ao palco do Lollapalooza Chile, para cantar uma música de sua banda Jane’s Addiction.
Ao lado de Farell estava sua esposa Etty Lau Farrell. Ela apareceu no telão, e revelou a última mensagem de áudio, enviada por Taylor ao casal:
“Cuidem uns dos outros, e eu vou tomar de mim. E vou ver vocês em São Paulo. Amo, amo, amo vocês. Durmam bem”, disse o baterista (via CNN).
Encerramento
Depois do depoimento, o rapper Emicida entrou no palco como mestre de cerimônia e deu início ao show, com um cover de “My Hero”, cantada por Michele Cordeiro, guitarrista de sua banda.
“Nossos corações nessa noite vibram e mandam as melhores energias à família do Taylor e à família Foo Fighters”, disse Emicida.
O show seguiu com uma série de apresentações com Criolo, Rael, Drik Barbosa, Bivolt, Mano Brown, Ice Blue, Planet Hemp, revezando-se no palco, ou, cantando juntos. No repertório, músicas dos próprios artistas.
E assim como a abertura, o encerramento se deu com Foo Fighters, com banda Ego Kill Talent, tocando “Everlong” e mais algumas músicas do grupo.
Quando o Ego Kill Talent, terminou a apresentação, a organização exibiu no telão uma gravação de “Best Of You”. O vídeo foi retirado do show do Foo Fighters, realizado no Lollapalooza Brasil, em 2012. Durante a canção, um foco de luz iluminava a bateria, no lugar onde estaria Taylor Hawkins.
E assim terminou o último dia de Lollapalooza Brasil 2022, homenageando quem nos fez felizes em tantos momentos. Um dia para ficar marcado na história do festival.
