Vangelis, compositor de inúmeros sucessos, morre aos 79 anos

Vangelis, compositor de inúmeros sucessos, morre aos 79 anos
Reprodução YouTube

Vangelis, músico e compositor grego, morreu aos 79 anos na noite de terça-feira, em um hospital na França. A informação partiu dos representantes do artista e confirmada pelo jornal britânico The Guardian. Nenhuma das fontes revelou a causa da morte, apenas que ele estava internado para tratamento.

Vangelis, nome artístico de Evángelos Odysséas Papathanassíu, não era um sujeito que gostava dos holofotes, mas, era um gênio e sem dúvida um dos maiores compositores dos nossos tempos.

Recluso por escolha, deixou que sua música falasse por si e fosse ela o centro das atenções. Não é raro nos depararmos com artistas que são mais conhecidos pela imagem do que propriamente sua música. Esse não era o objetivo de Vangelis, pois se considerarmos o tamanho e a qualidade de sua obra, são poucas as vezes em que apareceu em público. Diferentemente da sua música, que é abundante em vários meios.

Cinema

Suas obras de maior destaque comercial são, sem dúvida, as trilhas sonoras dos filmes “Carruagens de Fogo” (1981), “Blade Runner” (1982) e “1492: A Conquista do Paraíso” (1992). Todas, criadas no auge da carreira, em um período de intensa criatividade e produção musical.

“Carruagens de Fogo”, recebeu o Oscar de Melhor Trilha Sonora e a música tema acabou transcendendo as salas de cinema e virando um hino de vitória e conquista, no esporte e em outras áreas. Como o filme conta a história de corredores britânicos em busca de uma vaga para as Olimpíadas de 1924 em Paris, a conexão entre música e esporte nasceu pronta.

Não demorou muito, e a composição de Vangelis foi parar nas pistas de atletismo, comerciais e transmissões esportivas de maneira geral. A primeira emissora à utilizar a música, foi a rede britânica BBC, nas Olimpíadas de 1984 em Los Angeles (via Uol). Até mesmo a corrida de São Silvestre no Brasil, se rendeu ao tema e usou a música durante anos.

Posteriormente, o compositor escreveu os temas dos Jogos Olímpicos de 2000 em Sydney, da Copa do Mundo de 2002 no Japão/Coréia do Sul e das Olimpíadas de 2004 em Atenas. 

Carreira prolífera

No entanto, sua obra vai além das trilhas sonoras de filmes.

Reconhecido pelo uso de sintetizadores e pelos temas de televisão e trilhas sonoras de cinema, Vangelis também tinha uma prolífera carreira como artista solo. Ou seja, ele não apenas compunha por encomenda, mas para sanar seu desejo incessante de escrever música.

Sua discografia solo é composta por 20 álbuns e outras tantas colaborações com outros artistas. Seus discos mais importantes são “Heaven and Hell” (1975), “Albedo 0.39” (1976), “Spiral” (1977) e “China” (1979). O terceiro movimento do álbum de 1975, serviu como tema da série científica “Cosmos: Uma Odisseia do Espaço-Tempo”, apresentada por Carl Sagan.

Além disso, outras músicas de Vangelis, apareceram com frequência nos episódios do programa. A mais notável, “Alpha”, do álbum “Albedo 0.39”, outra composição de destaque no vasto repertório do artista.

Essa conexão com o programa de Carl Sagan “levou” Vangelis ao espaço. Afinal, a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), escolheu Mythodea (1993), uma de suas peças sinfônicas, como a música oficial da missão 2001 Mars Odyssey. Para comemorar a ocasião, Vangelis realizou um novo concerto e lançou um álbum dessa apresentação.

Dentre suas parcerias, destaca-se o trabalho com Jon Anderson, vocalista do Yes, que rendeu 4 álbuns de estúdio do projeto Jon And Vangelis, sendo os dois primeiros “Short Stories” (1980) e “The Friends of Mr Cairo” (1981), grandes marcos da carreira de ambos.

Inclusive, antes do projeto, Vangelis foi cotado para assumir a vaga de Rick Wakeman no Yes, mas, declinou o convite.

Com a morte de Vangelis, o mundo perde não só um dos maiores artistas do século XX e XXI, mas, um dos maiores compositores da história. Afinal, não são só as obras eruditas que são escritas pelos gênios.

Certamente, será lembrado pela eternidade.