Manny Charlton, guitarrista fundador do Nazareth, morre aos 80 anos
Manny Charlton, guitarrista e membro fundador da banda escocesa de hard rock Nazareth, morreu na última terça-feira (5 de julho), no Texas (EUA), aos 80 anos.
A notícia foi confirmada e divulgada pelo baixista Pete Agnew, único integrante original do Nazareth, na atual formação.
“Manny estava lá desde o início do Nazareth, então todos nós crescemos juntos nos tempos difíceis e nos maravilhosos anos de sucesso, quando a banda se tornou uma peça internacionalmente aclamada. Sua contribuição como músico foi imensurável”, disse Agnew, em um pronunciamento na página oficial do Nazareth, no Facebook.
“Gostaria de oferecer condolências em nome da família Nazareth à própria família de Manny, nossos pensamentos estão com vocês neste momento triste.”
Manny e o Nazareth
De certa maneira, o Nazareth pertence aquela série de bandas injustiçadas, que mereciam mais reconhecimento do que obtiveram. Pois, se levarmos em conta o tamanho da sua discografia e a qualidade das canções, o grupo não deve em nada para seus contemporâneos.
Inegavelmente, seu maior sucesso foi “Love Hurts”, balada de autoria de Boudleaux Bryant, originalmente gravada pelo The Everly Brothers. Esse é mais um dos casos que o cover, supera a versão original.
O sucesso de “Love Hurts” ao longo dos anos, mesmo que benéfico do ponto de vista comercial, talvez tenha ofuscado o trabalho do grupo como um todo. Isso porque o Nazareth é uma banda de hard rock, cheia de faixas energéticas, influenciadas pelo blues e que por muito tempo, contou com os riffs poderosos de Manny Charlton.
Mas por conta de “Love Hurts”, o nome Nazareth, frequentemente, é associado apenas às baladas. E o êxito das músicas “Love Leads to Madness” e “Dream On”, na década de 1980, só reforçou este estigma.
Só que isso não impediu que os aficionados por rock ‘n’ roll descobrissem a verdadeira essência da banda. E sem dúvida o guitarrista e produtor Manny Charlton, foi um dos responsáveis por isso tudo.
Manny Charlton, produtor
Ele esteve lá desde o início e gravou 17 álbuns com a banda escocesa, de “Nazareth” (1971), até “Snakes ‘n’ Ladders” (1989). Além disso, Charlton produziu seis desses trabalhos. E foi o trabalho como produtor no disco “Hair of the Dog” (1975), que chamou a atenção de Axl Rose.
Quando o Guns N’ Roses se preparava para gravar “Appetite For Destruction” (1987), Axl desejava que Charlton produzisse o disco. O guitarrista chegou a gravar várias sessões com a banda, mas, posteriormente Mike Clink assumiu a função.
No entanto, as demos com Charlton na produção, apareceram como bônus na edição especial do álbum, “Appetite for Destruction: Locked N’ Loaded“, de 2018.
“Ele não era apenas um jogador de equipe que adorava tocar por horas a fio com a banda e depois vasculhar as fitas por ainda mais horas, apenas procurando encontrar a menor ideia útil. Ele nunca estava mais feliz do que quando estava sentado na cadeira do produtor, gravando e procurando aquela ‘raquete’ (ruído) especial, como ele chamava”, disse Agnew, em sua nota.
Posteriormente, o Guns N’ Roses prestaria uma homenagem ao Nazareth, gravando “Hair of the Dog”, faixa inclusa no disco de covers, “The Spaghetti Incident?” (1993).
Depois de sair do Nazareth, Manny Charlton se manteve ativo, contribuindo com outros artistas e gravando trabalhos solos, embora, com menos intensidade.
A causa da morte não foi revelada.
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